Patrimônio cultural é o conjunto de todos os bens, manifestações populares, cultos, tradições, tanto materiais quanto imateriais, que são reconhecidos de acordo com sua ancestralidade, importância histórica e cultural e são relevantes para uma localidade, que pode ser uma comunidade ou até um país. Pode ser até de toda a humanidade.
O patrimônio cultural brasileiro é bastante diverso devido às múltiplas influências e matrizes étnicas que o formaram, e Jundiaí é uma amostra dessa riqueza cultural, que é transmitida como legado às gerações futuras e a diferentes grupos sociais.
Quando reconhecido de forma oficial, o patrimônio cultural passa a ter proteção para garantir sua preservação e continuidade, sejam materiais, como edificações e acervos, ou imateriais, como saberes e tradições, por exemplo.
Em Jundiaí, a Unidade de Gestão da Cultura, por meio do Departamento de Patrimônio Histórico, e o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural são responsáveis pelos estudos e o reconhecimento oficial desses bens culturais.
Entre as representações culturais locais protegidas destacam-se algumas até centenárias, como o Clube 28 de Setembro, que surgiu em 1897, como lugar de memória e resistência de negros ex-escravizados, com nome que homenageia a data da assinatura da Lei do Ventre Livre em 1871.
Experiências de associativismo também foram comuns entre italianos, inclusive por meio de programas oficiais da então Província de São Paulo, como o Núcleo Colonial Barão de Jundiaí, que deu origem ao bairro da Colônia. As marcas da influência cultural italiana estão presentes por todas as partes de Jundiaí, na arquitetura, na língua, na culinária, e nos saberes, como o modo de produção do vinho artesanal, reconhecido como patrimônio imaterial local. Só para citar alguns.
Entre as etnias que chegaram a Jundiaí mais recentemente, mas que também influenciam a cultura local, a libanesa e a japonesa são exemplos que vão além de suas comidas típicas. Marcam também a paisagem.
Na Vila Arens, a Mesquita não é só um templo para os seguidores da religião muçulmana, mas também uma referência de lugar, que desperta a curiosidade de quem por ali passa.
Nos jardins do Solar do Barão, destaca-se o jardim japonês, presente da comunidade nipo-brasileira à comunidade jundiaiense.
E há muito que ser pesquisado a respeito dos elementos formadores do rico patrimônio cultural local. Eles estão nos poucos remanescentes da arquitetura vernacular trazida por portugueses, nos alimentos e hábitos alimentares dos
indígenas, no patrimônio arqueológico de povos mais antigos, como os próprios indígenas, ou de assentamentos e ocupações mais recentes, como a antiga e demolida Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, reduto religioso dos negros escravizados.
O patrimônio cultural de Jundiaí é o que possibilita que todos, nas diferenças assimiladas e disseminadas pelas diversas etnias, antes, agora e no futuro, se identifiquem, de forma coletiva, como jundiaienses. Mesmo que tenham sido adotados por Jundiaí há bem pouco tempo.